quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Dead Flower

Há pouco tempo atrás eu dei um conselho para uma menina que estava chorando muito. É uma menina muito querida por mim e é claro que eu quis saber se poderia ajudá-la de alguma forma e ela acabou me confidenciando que está apaixonada e por quem ela está apaixonada. Na hora eu só queria que ela parasse de chorar e então comecei a despejar milhares de conselhos para que ela conseguisse esquecer aquele amor platônico. Disse pra ela parar de ouvir músicas românticas, pra ela esquecê-lo porque não havia nenhuma chance deles ficarem juntos (sendo bem realista) e contei uma história de uma paixonite da minha adolescência com a intenção de aliviar um pouco aquele coraçãozinho tão novinho. Hoje eu estava tomando banho e de repente me veio um pensamento daqueles que passam pelo seu corpo inteiro e ficam rodeando como se fosse uma tontura ou uma nuvem. Não sei porque depois desse tempo
eu fui me dar conta de que todas aquelas palavras que eu disse pra ela eram desesperadamente endereçadas a mim mesma. Era como se aquela menina tão novinha fosse um espelho meu e da minha situação... Todos os conselhos que eu dei pra ela e a história que eu contei, tudo isso era pra mim. E o mais inacreditável foi perceber que eu levei 3 semanas pra perceber isso e agora fica tudo tão mais claro. Me deu uma tristeza... uma vontade de chorar ou de dormir, não sei bem.. ou de ficar quietinha num quarto escuro pensando, lembrando e pensando e lembrando... E me vem à cabeça só uma palavra dessa história toda: RESIGNAÇÃO. "A resignação, ou ainda aceitação, na espiritualidade, na conscientização e na psicologia humana, geralmente se refere a experienciar uma situação sem a intenção de mudá-la. A aceitação não exige que a mudança seja possível ou mesmo concebível, nem necessita que a situação seja desejada ou aprovada por aqueles que a aceitam. De fato, a resignação é freqüentemente aconselhada quando uma situação é tanto ruim quanto imutável, ou quando a mudança só é possível a um grande preço ou risco." O problema é que, por ser tão passional (como diz um amigo meu) eu não consigo me resignar somente a um assunto... Todas as áreas da minha vida saem prejudicadas até que eu possa passar por isso tudo e conseguir sair ilesa. Aliás, é impossível sair ilesa dessa história, por alguns vários motivos. E me colocar de novo naquele lugar em que eu estava há 3 semanas atrás, o de conselheira, e entender que essa brincadeira de criança foi longe demais... demais!

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