sábado, 2 de agosto de 2014

A morte e as coisas que ainda quero fazer

Hoje eu acordei muito cedo pra dar aula. Cheguei em casa, comi alguma coisa e resolvi dormir um pouco. Já faz algum tempo que ouço diálogos descabidos antes de realmente pegar no sono... eu tento prestar atenção pra lembrar depois mas não consigo.
Hoje, meio acordada, meio dormindo, vi a morte de costas, indo embora e atravessando a parede do meu quarto.
Dormi e acordei algumas horas depois com aquela cena na cabeça e comecei a pensar que talvez ela estivesse vindo me buscar... mas porque ela estaria indo embora?
Eu não queria morrer agora.
Não queria ficar engasgada com todas as coisas que eu não disse por excesso de pudor, por pensar muito no amanhã, por orgulho...
Não queria morrer sem antes dizer para as pessoas que eu as perdoo e que entendo que tudo o que aconteceu faz parte de uma engrenagem, a da vida, e que as coisas estão sim evoluindo pra melhor.
Não queria morrer sem antes ter feito mais algumas loucuras, ter bebido mais alguns bons drink, sem ter viajado para pelo menos alguns dos lugares que eu quero ir, sem ter provado alguns sabores que ainda não provei...
Preciso ainda viver um grande amor, e gerar um filho, e voar de balão, e aprender sapateado, e conhecer Paris, e o Cristo, e Poços de Caldas e tantas coisas mais.
Por isso, Dona Morte, acho que a Senhora veio só verificar se eu ainda estava respirando, não é mesmo? Então, por favor, me deixe aqui resolvendo meus assuntos e volte daqui a muito tempo!

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