quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Talvez não seja nessa vida ainda

Como pode um simples vulto incomodar tanto?
Eu sabia que era ele aquele vulto dentro do carro, quase tão distante quanto a certeza que que ainda há eu, nele.
E logo quando descobri que Iggy Pop quase acertou quando disse: "All my life you`re hunting me, I love you so". Era só metade, mas metade da vida é muito tempo pra uma pessoa te seguir... muito tempo mesmo.
Eu quero acreditar que, depois que eu morrer alguém venha me explicar o porque da vida inteira(ou pelo menos agora, metade) ter uma pessoa que não some, que não desaparece, e o pior, sem te dar opção de escolher tê-la para sempre.
Porque não fica lá longe, como era antes? Tão distante, lá, quietinho.
Era distante, era tão fácil, era infernal essa, a da internet.
Eu preferia não saber. Eu preferia não ter que espiar pra onde é que se esconde. Eu preferia não saber que está tão suavemente perto...
Parece que ronda, vigia, endoidece. Tão fácil saber de mim, e eu não sei de você.
Não sei, porque não quero procurar. Não quero sofrer. Não quero lembrar da vida que foi minha um dia lá na quase segunda metade.
Se há explicação eu gostaria de vivê-la ainda nessa vida.

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