Ontem participei de um workshop maravilhoso sobre musicais com a talentosíssima Laura Visconti. Fiquei abismada com tamanho talento e dedicação, e também em saber que ela tem a minha idade.
Ela começou aos 16 anos e eu, aos 22. Desde que comecei a fazer teatro tenho me dedicado muito à essa função, a de atriz. E realmente não é fácil.
As pessoas me perguntam quando eu vou pra globo. Algumas afirmam que irão dar depoimento quando eu for no "Arquivo Confidencial" do Faustão.
Seria realmente ótimo se isso acontecesse mas, pra que isso aconteça (ou não) deve haver muito trabalho, coisa que acontece com muita dedicação ao Grupo Já!
Na temporada que morei em SP percebi que hoje em dia não basta ser ator. O ator, aquele completo, dança, canta, sente, estuda interpreta, decora e desdecora, estuda, estuda e estuda um pouco mais um pouco. Não é fácil. E foi exatamente o que ouvi da Laura ontem!
Eu sinto pena por não conseguir frequentar todas as aulas grátis pela prefeitura e penso que se isso estivesse acontecendo na cidade há 10 anos atrás eu estaria inscrita em todos esses cursos, mas hoje em dia eu não tenho tempo.
Eu fico pensando em tanta gente que caiu de paraquedas e não absorveu 10% do que foi falado pq estava ou fazendo fofoca ou cansado demais pra prestar atenção. E eu me vi ali, com uma ressaca monstro causada por uma festança de casamento, mil provas pra corrigir, com aquele cansaço típico do período em que eu me encontrava (nós mulheres sabemos como é difícil), enfim, mesmo com tantos empecilhos eu estava ali, prestando muita atenção em tudo e tentando absorver o máximo que eu conseguia além de ser aquela chata que fica pedindo pra todo mundo fazer silêncio. Na verdade acho que o que eu mais queria era falar pra mim mesma, com 16 anos, pra ir atrás do meu sonho.
Bem, de lá pra cá começei a rever essa tal dedicação que eu citei quando me referia ao Grupo Já. O tempo vai passando e o dia a dia vai atropelando tudo. É claro que fico empolgada com os projetos novos e com tudo de novo que está acontecendo mas e os estudos, onde ficam? Daí surgiu um turbilhão de ideias pra colocar em prática, de projetos e revigoração "que alimenta a vida e faz a gente seguir, sem desistir".
Acho que a Laura nem tem noção de quão bom foi pra mim mexer com tudo isso aqui dentro. A força pra continuar mesmo com TODAS as dificuldades e a beleza de saber que todos nós somos capazes, é só querer e plantarmos a sementinha!
Obrigada Laura!
By Priscila Murias
Querida,
ResponderExcluirVc não imagina como me fez feliz ler o que escreveu.
Se o workshop serviu para despertar essa força, que eu bem sei, é difícil manter viva, eu sinto que fiz o que tinha que fazer, passei o que queria passar e a sensação de trabalho cumprido é maravilhosa.
Se de 63, 30, 10 ou uma pessoa aproveitou como vc escreveu que aproveitou, eu me dou por satisfeita.
Quanto à persistência na profissão que escolhemos... isso não tem idade.
Se persistimos chegamos aonde queremos e isso é fato.
Certa vez fui a um show de música instrumental brasileira do Hermeto Pascoal e convidados. Tinha uma pianista de uns 52 anos tocando de uma forma QUE EU NUNCA TINHA VISTO ANTES.
Maravilhosa. Pra mim, perfeita.
Depois tive o prazer de conhecê-la e em uma conversa ela me contou que começou a tocar piano com 42! anos.
Hoje é a maior pianista popular do Brasil sem dúvida alguma.
Sempre penso nela quando sinto que minha força está enfraquecendo.
Assim como ela com certeza existem muitas outras pessoas no mundo: as que persistiram.
Vc pode ser mais uma. Com certeza.
Bjs e até a próxima!
Laura Visconti