Ela havia saído pra beber numa quinta feira, isso não era saudável. Resolveu que seus últimos R$10,00 serviriam para esse fim.
Pecado ou não ela teve ótimos momentos. Bom papo, bordões e confisssões fizeram parte daquelas muitas horas e daqueles muitos copos de cerveja.
Todos os carros iguais aos dele faziam-na lembrar. Subitamente ela esquecia, ou queria esquecer de fato.
Ao chegar em casa resolveu acender um cigarro e olhar para a lua. A lua, por sua vez, não estava posicionada em um local fácil de ser visualizada e dizia: Se você quiser falar comigo, deite-se no chão. Ela então, mesmo com os cabelos soltos, se deitou sem se importar com a sujeira do chão, com a roupa ou com os pais dormindo no quarto ao lado.
Ela, que sempre via um coelho desenhado na lua, desta vez viu um rosto triste, fez um pedido à lua e cochilou por alguns segundos.
Acordou tremendo de frio e com o cigarro pelo meio. Terminou de fumar e entrou em casa.
Tirou a roupa e ligou o chuveiro quente. Tão quente à ponto de quase queimar suas mãos congeladas.
Sóbria, ela tinha pavor de baratas. Ali ela dividia o box com um filhote que sentia mais medo dela, do que ela dele que, infelizmente morreu afogado. Ela lamentou e pensou no que a diferenciava de um filhote de baratas. Não achou argumentos.
Se deu conta de que estava esfregando o peito com uma bucha cheia de espumas. Era pra tentar tirar de qualquer jeito aquele homem dali de dentro, do coração, da alma...
Ao olhar no espelho ela se deparou com os olhos bêbados, borrados de maquiagem e o peito vermelho de tanto esfregar.
Teve medo de dormir porque sabia que iria acordar no dia seguinte.
ah se o amor se esvaisse com o esfregar do peito...
ResponderExcluirseria mais fácil de esquecer.
Mas também, mais difícil de durar! =)
Olá, olha eu denovo aqui para comentar no seu blog:
ResponderExcluirO problema de resolver os problemas com o alcool... é que eles voltam, o amor não vai embora.
Bonito texto, muito profundo.
Beijos