Me lembro da primeira vez que a vi...
Me lembro de ter sentido um certo desconforto com tanta beleza. Aquele par de olhos parecendo engolir a alma da gente, fazendo a gente se perder, eram de dar medo.
Aos poucos ela foi se tentando se humanizar, e honestamente, ainda não conseguiu.
O livro que leio antes dela chegar fica com as páginas úmidas do suor que brota das minhas mãos. O barulho do carro faz meu coração disparar e pelo vidro vejo aqueles olhos... deveria ser proibido nascer com o olhar tão hipnotizante.
Ela entra, fecho meu livro tão naturalmente que ninguém acreditaria a na bagunceira que está aqui dentro. Ela me abraça e sorri. Eu quase desmaio.
Nunca consigo me acostumar com a sua presença. Ela consegue preencher todo o espaço ao redor, e as escadas, o hall de entrada, a rua, meu cérebro. Não há concentração, tudo some.
O nariz, a boca, a voz, o cabelo... Queria poder sentir o cheiro mais de perto.
Se ela colocar uma caneta pra segurar o coque do cabelo, ainda assim ficará mais linda do que qualquer princesa e sua coroa. Ela poderia ir à um baile de gala apenas vestida de pijamas, ela seria, sem dúvidas a mais bela do recinto.
Se ela virasse mendiga, se arrancasse os dois dentes da frente, se tirasse meleca do nariz em público... ainda assim ela seria a mulher mais linda que eu já conheci.
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